"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um não.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Fernando Pessoa
Podem dar-me bofetadas, magoar-me e deixar-me de rastos, gozar-me ou ignorar-me simplesmente. Nem sempre serei forte o suficiente para não me deixar cair até ao fundo do poço, mas uma coisa tenho a certeza: hei-de sempre conseguir voltar ao topo e retribuir de luva branca a bofetada que me deram. Porque sei o valor que tenho e aprendo com os erros. Posso perdoar facilmente quem merece, mas dificilmente deixo que aqueles que não o merecem me deitem abaixo duas vezes. A minha "empresa" não irá novamente á falência tão cedo.
Pedras no caminho? Já tenho um castelo quase acabado...
"Depois, parou e pediu que eu deixasse a mochila no chão.
– Olhe em volta e fixe sua visão em um ponto qualquer – disse.
Eu escolhi a cruz de uma igreja que conseguia ver ao longe.
– Mantenha seus olhos fixos neste ponto, e procure concentrar-se apenas no que eu vou lhe falar. Mesmo que você sinta qualquer coisa diferente, não se distraia. Faça como estou dizendo.
Fique em pé, relaxado, com os olhos fixos na torre, enquanto Petrus colocou-se por detrás de mim e comprimiu um dedo na base da minha nuca.
– O caminho que você está fazendo é o caminho do Poder, e só os exercícios de Poder lhe serão ensinados. A viagem, que antes era uma tortura porque você queria apenas chegar, agora começa a transformar-se em prazer, no prazer da busca e da aventura. Com isto você está alimentando uma coisa muito importante, que são seus sonhos.
“O homem nunca pode parar de sonhar. O sonho é o alimento da alma, como a comida é o alimento do corpo. Muitas vezes, em nossa existência, vemos nossos sonhos desfeitos e nossos desejos frustrados, mas é preciso continuar sonhando, senão nossa alma morre e Ágape não penetra nela. Muito sangue já rolou no campo diante dos seus olhos, e aí foram travadas algumas das batalhas mais cruéis da Reconquista. Quem estava com a razão, ou com a verdade, não tem importância: o importante é saber que ambos os lados estavam combatendo o Bom Combate.
“O Bom Combate é aquele que é travado porque o nosso coração pede. Nas épocas heróicas, no tempo dos cavaleiros andantes, isto era fácil, havia muita terra para conquistar e muita coisa para fazer. Hoje em dia, porém, o mundo mudou muito, e o Bom Combate foi transportado dos campos de batalha para dentro de nós mesmos.
“O Bom Combate é aquele que é travado em nome de nossos sonhos. Quando eles explodem em nós com todo o seu vigor – na juventude – nós temos muita coragem, mas ainda não aprendemos a lutar. Depois de muito esforço, terminamos aprendendo a lutar, e então já não temos a mesma coragem para combater. Por causa disto, nos voltamos contra nós e combatemos a nós mesmos, e passamos a ser nosso pior inimigo. Dizemos que nossos sonhos eram infantis, difíceis de realizar, ou fruto de nosso desconhecimento das realidades da vida. Matamos nossos sonhos porque temos medo de combater o Bom Combate.
A pressão do dedo de Petrus na minha nuca tornou-se mais intensa. Eu julguei que a torre da igreja se transformava – o contorno da cruz estava parecendo um homem de asas. Um anjo. Pisquei os olhos e a cruz voltou a ser o que era.
– O primeiro sintoma de que estamos matando nossos sonhos é a falta de tempo – continuou Petrus. – As pessoas mais ocupadas que conheci na minha vida sempre tinham tempo para tudo. As que nada faziam estavam sempre cansadas, não davam conta do pouco trabalho que precisavam realizar, e se queixavam constantemente que o dia era curto demais. Na verdade, elas tinham medo de combater o Bom Combate.
“O segundo sintoma da morte de nossos sonhos são nossas certezas. Porque não queremos olhar a vida como uma grande aventura a ser vivida, passamos a nos julgar sábios, justos e corretos no pouco que pedimos da existência. Olhamos para além das muralhas do nosso dia-dia e ouvimos o ruído de lanças que se quebram, o cheiro de suor e de pólvora, as grandes quedas e os olhares sedentos de conquista dos guerreiros. Mas nunca percebemos a alegria, a imensa Alegria que está no coração de quem está lutando, porque para estes não importa nem a vitória nem a derrota, importa apenas combater o Bom Combate.
Finalmente, o terceiro sintoma da morte de nossos sonhos é a Paz. A vida passa a ser uma tarde de Domingo, sem nos pedir grandes coisas, e sem exigir mais do que queremos dar. Achamos então que estamos maduros, deixamos de lado as fantasias da infância, e conseguimos nossa realização pessoal e profissional. Ficamos surpresos quando alguém de nossa idade diz que quer ainda isto ou aquilo da vida. Mas na verdade, no íntimo de nosso coração, sabemos que o que aconteceu foi que renunciamos à luta por nossos sonhos, a combater o Bom Combate.
A torre da igreja transformava-se a toda hora, e em seu lugar parecia surgir um anjo, com asas abertas. Por mais que eu piscasse, a figura permanecia lá. Tive vontade de falar com Petrus, mas senti que ele ainda não havia acabado.
– Quando renunciamos aos nossos sonhos e encontramos a paz – disse ele depois de um tempo – temos um pequeno período de tranqüilidade. Mas os sonhos mortos começam a apodrecer dentro de nós, e infestar todo o ambiente em que vivemos. Começamos a nos tornar cruéis com aqueles que nos cercam, e finalmente passamos a dirigir esta crueldade contra nós mesmos. Surgem as doenças e as psicoses. O que queríamos evitar no combate – a decepção e a derrota – passa a ser o único legado de nossa covardia. E um belo dia, os sonhos mortos e apodrecidos tornam o ar difícil de respirar e passamos a desejar a morte, a morte que nos livrasse de nossas certezas, de nossas ocupações, e daquela terrível paz das tardes de domingo.
Agora eu tinha certeza de que estava vendo mesmo um anjo, e não consegui mais seguir as palavras de Petrus. Ele deve ter percebido isto, pois tirou o dedo da minha nuca e parou de falar. A imagem do anjo permaneceu por alguns instantes, e depois desapareceu. Em seu lugar, surgiu novamente a torre da igreja.
Ficamos alguns minutos em silêncio. Petrus enrolou um ci-garro e começou a fumar. Eu tirei da mochila uma garrafa de vinho e bebi um gole. Estava quente, mas o sabor continuava o mesmo.
– O que você viu? – perguntou ele.
Eu contei a história do anjo. Disse que no começo, quando piscava, a imagem desaparecia.
– Também você tem que aprender a combater o Bom Combate. Já aprendeu a aceitar as aventuras e os desafios da vida, mas continua querendo negar o extraordinário.
Petrus tirou da mochila um pequeno objeto e me entregou. Era um alfinete de ouro.
– Isto é um presente de meu avô. Na Ordem de RAM, todos os Antigos possuíam um objeto como este. Chama-se “O Ponto da Crueldade”. Quando você viu o anjo aparecer na torre da igreja, quis negá-lo. Porque não era uma coisa com a qual você estivesse acostumado. Na sua visão de mundo, as igrejas são igrejas e as visões só podem acontecer nos extases provocados pelos Rituais da Tradição.
Eu respondi que minha visão deve ter sido efeito da pressão que ele exercia na minha nuca.
– Está certo, mas não muda nada. O fato é que você rejeitou a visão. Felícia de Aquitânia deve ter visto algo semelhante, e apostou toda a sua vida no que viu: o resultado é que transformou sua obra em Amor. O mesmo deve ter acontecido com seu irmão. E o mesmo acontece com todo mundo, todos os dias: vemos sempre o melhor caminho a seguir, mas só andamos pelo caminho que estamos acostumados."
In "Diário de um Mago" de Paulo Coelho
Há dias que nos fazem dar uma volta de 90 graus na nossa vida e que mudam a nossa maneira de pensar, agir, sentir e viver.. Ainda bem que esses dias existem.
Simplesmente Fantástico!!!!
E ao vivo ainda melhor! A magia de Coimbra, juntamente com a magica voz da Mariza.
Enjoy..! ;)
Peço desculpa pela fraca qualidade de imagem, mas foi o melhor que consegui. :)
Encontrei um texto bastante interessante no outro dia numa revista. Chama-se " Os novos 10 Mandamentos" e é da autoria de KentKeith, um filósofo. Achei brilhante a forma simplista com que é apresentada esta "teoria". Mas o ser humano é complicado por natureza. e como ser humano que sou, continuo a achar que não pode ser assim tão simples. Talvez um dia..
"Os novos 10 mandamentos"
As pessoas são ilógicas, nada razoáveis e egocêntricas. Amemo-las, mesmo assim.
Se fizermos o bem podemos causar motivaçõesegoístas. Façamos o bem, mesmo assim.
Se formos bem sucedidos, ganharemos falsos amigos e verdadeiros inimigos. Sejamos bem sucedidos, mesmo assim.
O bem que fizermos hoje será esquecido amanhã. Façamos o bem, mesmo assim.
A honestidade e a franqueza tornam-nos vulneráveis. Sejamos francos e honestos, mesmo assim.
Os grandes homens e as grandes mulheres, com as melhores ideias, podem ser derrubados pelos mais pequenos, com as perspectivas de vida mais mesquinhas. Sejamos ambiciosos, mesmo assim.
As pessoas protegem os oprimidos, mas apenas seguem os poderosos. Lutemos pelos oprimidos, mesmo assim.
Aquilo que levámos anos a construir pode ser destruído numa única noite. Continuemos a construir, mesmo assim.
As pessoas talvez precisem realmente de ajuda, mas poderão voltar-se contra nós se as ajudarmos. Ajudemo-las, mesmo assim.
Demos ao mundo o nosso melhor, e haverá pessoas que nos desejarão mal. Dêmos ao mundo o nosso melhor, mesmo assim.
Achei este texto interessante e digno de ser partilhado, para que vocês possam ler e dar a vossa opinião. Por isso, pensem, comentem, ou leiam simplesmente.
Acabou mais um ano lectivo. Talvez um dos mais complicados que tive desde que me lembro. Crescemos, a vida passa por nós e não nos damos conta.. É um sentimento terrível este, o de ver a vida a passar-nos á frente, e nós sem saber o que fazer, como aproveitar.
Ainda me lembro de vir para Coimbra com imensas expectativas, e talvez a pensar que o facto de estudar na eterna "cidade dos estudantes" mudaria em algo a minha forma de ser e de estar na vida. Mudei, é verdade, mas não foi a cidade que me mudou. Mudei porque cresci, porque encontrei pedras no caminho, porque tropecei muitas vezes, porque ganhei muito, mas também perdi tanto quanto ganhei. Mas não aproveitei. Medo, Insegurança, Desconfiança talvez.. E agora dou por mim a olhar para trás, a pensar como deixei que tudo se passasse. Por isso quero que o próximo ano seja diferente. E vou fazer por isso. Quero acabar o meu curso e sentir que fui feliz aqui, que tenho recordações, memórias, e que cresci não só pelas dificuldades por que passei, mas também pelas coisas boas que me aconteceram. E um dia poder dizer: estudei na universidade de Coimbra, vivi na cidade dos estudantes e isso fez me crescer.
Porque para o ano que vem, mais uma etapa da minha vida vai acabar e não quero sentir que também esta me passou ao lado.
Acabo este ano a pensar que ele valeu a pena, mas que o próximo vai ser memorável! Afinal de contas serei FINALISTA do curso de TLP, Finalista de Coimbra.
Não posso deixar a vida passar-me á frente, tenho que ser eu a passar por ela. E como o sonho comanda a vida, eu sonho. Sonho e espero que para o ano, por esta altura possa dizer que um dia fui feliz em Coimbra.
Para os fieis leitores deste blog(que devem ser poucos.. lol ), venho informar que estou em fase de hibernação, com os miolos completamente esturricados dos exames(que ainda não acabaram) e por isso não tenho postado nada profundo e sentimental. Só devo sair do meu estado de hibernação no final de julho, pelo que peço a vossa paciência e compreensão para o facto de estar demasiado ocupada para ter inspiração para ser lamechas! :P no entanto, prometo que a cereja lamechas voltará em breve.
Como até estou bem disposta hoje, deixo-vos aqui um vídeo para darem umas boas gargalhadas!
Para os fãs incondicionais, aqui está o regresso da bicha do demónio! loool
Boas Gargalhadas!!
P.S. - perdoem-me os erros ortográficos, mas o tico e o tecojá estão tão cansados que não dá para mais.. ;)
P.P.S. - Como não consegui colocar o vídeo neste post, vão ter que seguir para este link. Aqui está a prova que os meus neurónios não alcançam coisas complicadas de momento. :D
http://uk.youtube.com/watch?v=bFdzprc4U-0 ou http://www.venhamca.blogspot.com/
Tenho pensado muito no que escrever no próximo post, depois de ter inaugurado este blog.. deu me assim uma espécie de branca, e um sentimento de que nada do que poderia escrever seria digno de alguém ler. Sempre tive um certo "medo" do ridículo, mas ridículo seria começar este blog e nunca mais escrever, não é? Que se lixem as aparências. Vou partilhar sentimentos e experiências.
Não vai há muito tempo presenciei uma cena que vai ficar sempre na minha memória pela simplicidade e significado que teve para mim.. Representa a inocência, e ao mesmo tempo o sentido de descoberta que muitos de nós temos escondido na gaveta.
Num encerramento de um convívio fraterno em que participei recentemente, havia uma menina pequenina(não devia ter mais de 2, 3 anos, mas não posso ser precisa nesta informação. lol) a passear-se pela sala, completamente na dela. Caía, levantava-se, mas não dava confiança a ninguém a não ser os seus familiares mais próximos. Até que vi alguém a cativá-la de uma forma impressionante! Muito devagarinho, ela foi-se aproximando desse "alguém" e do instrumento que ela tinha na mão: uma guitarra. Descobriu a guitarra, passou as mãosinhas pequeninas pela madeira e pelas cordas, e passado um pouco já estava ao colo da dona dela! Achei simplesmente fantástico.. Não só o facto de ter sido a única pessoa em quem a pequenina confiou, mas a forma como ela a cativou e a enorme descoberta que a criança acabava de fazer na simplicidade de uma guitarra.
Por esta altura, vocês devem estar a perguntar: qual é o interesse desta história?
Pois esta história para mim tem uma moral. Ou várias até.
A primeira: nunca tenhas medo de descobrir! a descoberta faz parte da vida, e fá-la muito mais interessante!
A segunda: Simplicidade e Humildade. Foi isso que cativou a menina. De todas as pessoas que tentavam cativá-la, ela escolheu a que o fez de maneira mais simples e humilde, sem qualquer pressa ou segundo interesse.
E a última, mas igualmente importante: "Tornas-te Eternamente Responsável por Aquele que Cativas!" Esta citação do Principesinho de Saint-Exupéry é basicamente a moral da minha história. Eu diria quase um lema de vida. Por muito que andemos numa roda viva que se chama vida, tão submersos nos nossos problemas, há sempre pessoas que precisam de nós. Como alguém disse nesse mesmo convívio: "Basta a simplicidade do Estar".
Porque é uma sobremesa colorida, posso comer várias frutas de uma vez só e captar todos os cheiros. Ás vezes escolho as frutas que gosto mais e deixo para o fim, para acabar com o melhor, tu não? E outras vezes apanhamos assim umas frutas mais ácidas, que compensamos depois com uma bem docinha!
Assim se resume a nossa existência: A uma salada de frutas. Estranho? Nem por isso.. Senão repara: somos um mundo colorido, com pessoas de várias raças, religiões, culturas e estatutos sociais. Como seres humanos que somos, passamos muitas vezes por dificuldades (as frutas ácidas tão a ver? :P), mas fazemos sempre o possível por dar a volta por cima e compensar com as alegrias e coisas boas da vida (ou seja, as frutas docinhas!).
"Afinal de contas nós e a salada de frutas até temos algo em comum!" Estás tu a pensar.. ;)
Eu pessoalmente tenho me identificado muito com esta sobremesa ultimamente, e por isso decidi "fundar" este blog.
- Porque sou uma "Salada" de sentimentos e emoções;
- Porque tenho uma "Salada" de amigos fantásticos;