Tenho pensado muito no que escrever no próximo post, depois de ter inaugurado este blog.. deu me assim uma espécie de branca, e um sentimento de que nada do que poderia escrever seria digno de alguém ler. Sempre tive um certo "medo" do ridículo, mas ridículo seria começar este blog e nunca mais escrever, não é? Que se lixem as aparências. Vou partilhar sentimentos e experiências.
Não vai há muito tempo presenciei uma cena que vai ficar sempre na minha memória pela simplicidade e significado que teve para mim.. Representa a inocência, e ao mesmo tempo o sentido de descoberta que muitos de nós temos escondido na gaveta.
Num encerramento de um convívio fraterno em que participei recentemente, havia uma menina pequenina(não devia ter mais de 2, 3 anos, mas não posso ser precisa nesta informação. lol) a passear-se pela sala, completamente na dela. Caía, levantava-se, mas não dava confiança a ninguém a não ser os seus familiares mais próximos. Até que vi alguém a cativá-la de uma forma impressionante! Muito devagarinho, ela foi-se aproximando desse "alguém" e do instrumento que ela tinha na mão: uma guitarra. Descobriu a guitarra, passou as mãosinhas pequeninas pela madeira e pelas cordas, e passado um pouco já estava ao colo da dona dela! Achei simplesmente fantástico.. Não só o facto de ter sido a única pessoa em quem a pequenina confiou, mas a forma como ela a cativou e a enorme descoberta que a criança acabava de fazer na simplicidade de uma guitarra.
Por esta altura, vocês devem estar a perguntar: qual é o interesse desta história?
Pois esta história para mim tem uma moral. Ou várias até.
A primeira: nunca tenhas medo de descobrir! a descoberta faz parte da vida, e fá-la muito mais interessante!
A segunda: Simplicidade e Humildade. Foi isso que cativou a menina. De todas as pessoas que tentavam cativá-la, ela escolheu a que o fez de maneira mais simples e humilde, sem qualquer pressa ou segundo interesse.
E a última, mas igualmente importante: "Tornas-te Eternamente Responsável por Aquele que Cativas!" Esta citação do Principesinho de Saint-Exupéry é basicamente a moral da minha história. Eu diria quase um lema de vida. Por muito que andemos numa roda viva que se chama vida, tão submersos nos nossos problemas, há sempre pessoas que precisam de nós. Como alguém disse nesse mesmo convívio: "Basta a simplicidade do Estar".